O Ramadã, ou Ramazan como é chamado em turco, é o mês sagrado e um dos meses mais importantes para a comunidade islamica. Como se sabe, a Turquia não é um país regido pelas leis muçulmanas, é portanto um país laico. Entretanto, 98% da população é muçulmana, o que faz com que o Ramadã seja um dos eventos mais importantes do país.
O que é o Ramadã – o mês sagrado?
O mês sagrado é o 9º mês do calendário islâmico, guiado pela lua crescente. Por isso a data é diferente todos os anos, podendo mudar 10 dias pra trás todos a cada ano. Os muçulmanos acreditam que nesse mês, as portas do céu estão abertas e do inferno, fechadas. E segundo a crença foi quando Allah revelou ao profeta Maomé os primeiros versos do Alcorão – o livro que rege o Islã.
Sendo assim, utilizam o mês para jejuar do nascer ao pôr do sol. O jejum é caracterizado não somente pela abstinência de comida, bebida e atividade sexual mas também a abstinência de pensamentos ruins e impuros, fofocas, discusões. E induz a pratica da caridade pois assim, é possivel se colocar no lugar daqueles menos afortunados, se aproximado de Deus.
O jejum do Ramadã é um dos 5 pilares da fé islâmica, junto com a prática da caridade, a declaração da fé, perigrinacão a Mecca (hajj), e oracão diária.
É esperado que todos os muçulmanos realizem a prática. Entretanto, existem excessões como mulheres grávidas, amamentando ou em periodo menstrual, idosos, pessoas doentes e crianças pequenas.
Quando inicia?
Assim que a lua aparece no céu, é quando os muçulmanos que jejuam iniciam o processo que dura até o surgimento da proxima lua nova. O número de horas que ficarão em jejum depende da cidade do mundo em que estão, já que é definido pelo nascer da lua e do sol. Em 2021, essa data irá do dia 13 de abril a 12 de maio.
No dia 12 de abril, a véspera do inicio do jejum, os praticantes realizarão uma boa refeição a noite e se prepararão para começar assim que o sol nascer no dia 13. Assim que o sol se põe, pode-se ouvir o som das mesquitas anunciando o iftar, a quebra do jejum. A quebra do jejum é feita normalmente com um gole de água seguido de tâmaras, assim como o profeta Maomé fez.
Após o Iftar, estão permitidas refeições até que o sol nasça novamente. Para aguentar o próximo dia sem ingerir nenhum tipo de comida ou bebida, os muçulmanos costumama acordar de madrugada, por volta das 3 da manhã para realizar mais um refeição, chamada de suhoor.
Aqui na Turquia, o suhoor ( em turco sahur) mantem uma tradição da era Otomana, quando não existia despertador e era preciso acordar a vila para realizar a refeição. Pra isso, existe o Ramazan Davulcur, o tamboreiro do Ramadã, que vagueia pelas ruas dos bairros tocando o tambor e anunciando a hora de levantar para a última refeição antes do jejum. No final dos mês, os tamboreiros passam de porta em porta recolhendo dinheiro dos moradores. Entretanto, hoje em dia, em cidades maiores como Istambul e Izmir, a prefeituras de alguns bairros proibiram a prática pela poluição sonora.
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Como fica o turismo na Turquia nesse período?
Uma questão antes de marcar sua viagem nessa época é ter certeza que não coincida com o Eid al-Fitr ou Şeker Bayram, o feriado que marca o fim do mês sagrado, já que durante três dias e as cidades ficam praticamente desertas e a grande maioria dos estabelecimentos estão fechados.
Para os turistas e não muçulmanos, claro em tempos normais pré pandemia, a Turquia continua sendo um destino visitado mesmo no mês do Ramadan, já que os restaurantes continuam abertos e oferecendo refeições mesmo em horário de jejum. Eu sempre prefiro evitar por exemplo, beber uma garrafa de água gelada dentro do trem quando o Ramadã cai no verão e está cheio de pessoas que não beberam nada o dia todo. É a maneira que eu encontrei de ser empática com quem jejua, visto que é, claro, uma tarefa árdua. Dica de ouro: próximo ao horário da quebra do jejum, o cheirinho de pão quente é irresistível! Na padaria mais próxima peça: ramazan pidesi, o pão do Ramadã, e aproveite!
Ramadan Kareem!
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Merhaba! Eu sou a Carol. Gaúcha de sorriso fácil e que chora em comercial de margarina. Sou mãe do Vítor e da Luna e esposa do Fernando. Ensino inglês para pequenos seres humaninhos e desde 2016 faço da Turquia o meu lar! Compartilho meu dia a dia de expatriada na única cidade do mundo que fica em dois continentes no @aquinaturquia.
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