Hoje me vacinei
Me vacinei hoje!
Quando começou a pandemia, ainda em estado de perplexidade com tudo que estava acontecendo, e sem sequer imaginar como seriam os meses subsequentes, tudo o que mais desejávamos era que “surgisse” uma vacina, a cura para o vírus ou que ele desaparecesse como nos contos de fada. Bom, a vacina “surgiu” pela mão da ciência, do trabalho árduo dos pesquisadores, laboratórios e governos.
E o que fizemos?
Ah, nós não acreditamos completamente nesse trabalho de muitos em prol de todos os outros. E veio então à tona aquela parte do ser humano, que vive na maioria de nós , que imagina saber quase tudo até mesmo o que não estudou e não se informou bem. E desconfiamos. De tudo. Da eficiência e da capacidade dos melhores cérebros do planeta, que em meio ao caos souberam trazer à luz a esperança de novos dias.
Nós os brasileiros
Para nós brasileiros a experiência foi tortuosa, pensávamos que estávamos ouvindo nossos representantes políticos falando e cuidando da saúde de nossa gente e, de repente, nos dávamos conta de que não, de que haviam interesses outros, agendas ocultas e olhos no poder. Aliás, em mais poder, que fique bem claro. E nos entristecemos ainda mais em um ano que por si só foi tão difícil. A falta de planejamento e organização governamental com um dos direitos mais fundamentais de um povo, sua saúde, nos fez desejar estar mais perto de nossa terra e de nossa gente.
Dúvidas e redes sociais
Falo isso em primeiro lugar para mim mesmo, pois duvidei. Me deixei confundir por intenções e ações antiéticas de governos e mídia não responsáveis em diversos lugares.
As perguntas mais comuns eram: Como poderiam ter feito uma vacina em menos da metade do tempo em que haviam produzido as anteriores? E as testagens tão rápidas? Conhecem os efeitos colaterais?
Tudo muito reativo e raso. Muitos comentários nas redes sociais e, infelizmente, em geral sempre lemos as postagens de quem pensa como nós, deixando que a polaridade nos crie armadilhas. Informação boa é ampla, diversa, com fonte idônea e identificada, que nos permite construir nossa própria opinião, seja ela qual for, mas que seja nossa e bem pensada.
Emirados obrigada pela vacina!
Mas hoje queridos leitores “me vacinei!”
Morar nos Emirados Árabes me ofereceu este privilégio. Ir a um dos centros de saúde do governo, apenas com minha carteira de identidade de residente, responder a algumas perguntas médicas e receber a primeira dose da vacina Sinopharm gratuitamente. Simples. Eficiente. Democrático. Abençoado.
“Ah, mas a vacina é chinesa”. Que bom que bom que tem vacina!!!!
“Ah, mas ela não é 100% eficaz”. Mas que maravilha que ela é bem eficiente!!!!
Porque o que importa mesmo é procurarmos nos proteger, da melhor forma possível. O que em algumas situações pode não ser da maneira idealizada, mas é a que esta disponível, a que me permite seguir em frente e ao mesmo tempo cuidando do outro! Isso a vacina (chinesa sim!) pode me oferecer. E eu me vacinei.
Não se deixe enganar, a ciência cura. Nossas crenças e preces nos confortam. E unindo mente e coração conseguimos chegar a melhor decisão.
Quero viver, quero voltar a viajar para encontrar meus filhos, minha mãe, minha família e amigos e agora sei que estou mais preparada e protegida para este abraço tão sonhado neste último ano!
Daqui a três semanas, quando fizer a minha segunda dose, e comprar minha passagem para ver a quem amo, venho aqui contar tudo para vocês!
Brasileira de alma e nascimento. Casada com Guillermo Henderson, uruguaio e meu parceiro de vida. Três filhos adultos e um netinho, minha filha Patrícia e mãe do Magnus na Suíça, Santiago no Canadá e Mathias em Dubai. Sou graduada em Sociologia e Direito pela PUCRS. Meu mantra é ” Vida Linda e Abençoada ! “