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Você sabe o que é alexitimia?

Última atualização do post:

alexitimia diário de uma expatriada
Dificuldade em sentir e expressar emoções, características de Alexitimia - Imagem: Pixabay

Você já ouviu falar em alexitimia? Na verdade, é melhor eu perguntar se você já viu por aí pessoas com intensa dificuldade em reconhecer, descrever e discriminar sentimentos e emoções? É exatamente isso que esta palavra quer dizer. A pessoa diagnosticada com esta particularidade tem dificuldade de sentir e também de expressar emoções. E o mais surpreendente é que mesmo não sendo tão divulgada, uma em cada dez pessoas possui esta condição.

A alexitimia não é dada como um transtorno mental, mas sim como uma condição que, possivelmente, anda junto com outros transtornos, como a depressão e o autismo, mas não é uma regra. Se quiser aprofundar um pouco mais no assunto da depressão veja em: Expatriados e depressão – parte um. Para facilitar, o que pode ser dito da alexitimia, com a maior clareza possível, é que pessoas nessa condição apresentam pouca intensidade de emoções consideradas fáceis de expressar, como: a alegria e a empatia. A falta do sentir em situações apropriadas é o maior indício de um possível diagnóstico.

Vamos aos sintomas propriamente ditos

Vou descrever aqui os sintomas básicos, encontrados em cerca de 13% da população do mundo que sofre com a questão. O principal alerta para a possibilidade da alexitimia estar presente é a dificuldade em identificar sentimentos e emoções, como já falamos. A partir disso, podemos fazer uma investigação mais a fundo e identificar outros sintomas como uma comunicação limitada, introspecção, dificuldade de associar expressões corporais e faciais com emoções, em si mesmo e nos outros. Além da falta de imaginação, ou seja, tudo que é mais lúdico fica mais difícil para um alexitímico.

É bastante perceptível também que a pessoa com essa condição tenha pensamentos bem mais lógicos e rígidos. Embora possa parecer, não tem relação alguma com a psicopatia! Psicopatas não sentem nada mesmo e o alexitímico pode sentir, mas não sabe expressar ou descrever o que sente. Pode parecer alguém distante e sem expressão, meio robótico, mas não permeia a frieza e a falta de remorso absoluta de um psicopata. Podemos dizer que são pessoas emocionalmente mudas.

Conversando com um alexitímico você pode se deparar com explicações extremamente lógicas para uma cena de alguém chorando, por exemplo. Uma pessoa que identifica as emoções de forma convencional fatalmente irá correlacionar essa cena do choro à pessoa ter sofrido uma dor, uma tristeza. Já o alexitímico, poderá explicar a cena dizendo que a pessoa que está chorando teve um problema no canal lacrimal. Ele não conseguirá associar o choro à uma emoção. Curioso não é, mas realmente não é por não querer sentir, é por não saber como?!

De onde vem isso?

Alexitimia
A alexitimia pode estar associada a uma diversidade de condições pré-existentes – Imagem: Canva

Diante de uma condição tão curiosa e diferente, já que seres humanos estão sempre ligados à emoções, acabamos por nos perguntar o que pode causar essa estrutura de pensamento e comportamento em alguém. Infelizmente não podemos “bater o martelo” em uma causa certeira, mas os estudos mostram que é um mix de coisas. A primeira delas é o fator genético, ou seja, temos mais probabilidade de apresentar essa condição caso já exista alguém próximo na família com a mesma desordem neurológica.

Além da genética, também existe a parte ambiental, ou seja, tudo aquilo que rodeia ou rodeou a pessoa no seu desenvolvimento. Incluímos os traumas sofridos, doenças mentais ou físicas e fatores sócioeconômicos. Por fim, estudos apontam para a possibilidade de lesão cerebral, temos uma parte no cérebro chamada de ínsula anterior que fica comprometida nos casos de alexitimia.

É válido mencionar que encontramos essa condição mais nos homens do que nas mulheres e que também pode estar associada a outras condições como esquizofrenia, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, epilepsia, esclerose múltipla, derrame, Parkinson, bem como a depressão e o autismo; mencionado na primeira parte do nosso texto. É muito importante uma investigação detalhada e cautelosa já que não podemos determinar que alguém é alexitímico apenas por possuir uma dessas condições. O não alarde é fundamental quando se trata de saúde mental. Não podemos identificar alguém como tendo isso ou aquilo de forma leviana.

Existe tratamento?

Infelizmente a resposta é não. Até hoje não existem dados que nos permitam dizer que existe a cura para a alexitimia, porém, existem tratamentos que auxiliam pessoas nessa condição. É sabido que as terapias em grupo, nas quais existem pessoas mistas e em condições diversas, seja uma das mais fortes aliadas ao tratamento. Isso porque uma terapia convencional, individual, foca no diálogo e na percepção das emoções com consequente análise sobre o que sentimos e, como já vimos, um alexitímico não consegue descrever o que sente.

Também é muito bom usar atividades mais lúdicas como o teatro, a inserção de cores, bem como paisagens para que se possa associá-las às emoções. O tratamento requer disciplina, muita paciência e empatia da família e dos profissionais. Uma pessoa com alexitimia tem sua vida bastante prejudicada no âmbito relacional e isso não é fácil de vivenciar, muito menos quando você não entende o porquê.

Se você ficou com interesse sobre o assunto, existe um site voltado para o transtorno de autismo que também contém um teste online para auxiliar no diagnóstico da alexitimia. Basta acessar este link Embrace autism.com/ alexithymia questionnaire. O teste está em inglês, mas é o único que considero referência para este tipo de avaliação e, mesmo assim, como já conversamos por aqui, uma única fonte apenas nunca é suficiente para o diagnóstico, ok!

Espero que tenham gostado e adoraria ver vocês pelas minhas redes sociais. Instagram e Facebook @vivabemcomp

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Renata Castro

Psicóloga clínica, especializada em Terapia Cognitiva Comportamental, carioca, mãe de 2 amores de 4 patas. Deixei meu consultório no Rio de Janeiro e vim morar na Capital da Croácia, Zagreb. Hoje atuo com atendimentos online.

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