Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Pedalar em Portugal: aventuras e desafios

Última atualização do post:

NOEMI FOTO DESTACADA

Neste artigo, quero compartilhar com vocês sobre as aventuras e desafios que tenho enfrentado ao pedalar pelas estradas e trilhos de Portugal. Foram e estão sendo momentos muito importantes e, de grande satisfação para mim.

Curiosamente, já ouvi críticas e elogios sobre esse esporte que, atualmente, pratico por aqui com muita dedicação.

Mas, antes de mais nada, o que tenho a dizer a vocês é que as opiniões alheias não importam muito nesse processo. Por certo, ao optarmos por praticar alguma atividade que nos cativa e que desejamos realizar, devemos, antes de tudo, sentir-nos bem em relação ao que escolhemos e simplesmente seguirmos em frente.

Pedalando em Portugal – Imagem: Arquivo pessoal

Trauma e desafios físicos

Todos nós sabemos que, segundo dizem, “uma vez que aprendemos a andar de bicicleta, jamais esquecemos”. No entanto, comigo não foi bem assim!

Na adolescência sofri um acidente de bicicleta e isso me deixou algumas más lembranças. Eu sentia que um trauma daquela queda estava sempre me espreitando, e toda vez que eu pisava no meu pedal, acabava por me atrapalhar, pelo medo que eu ainda sentia.

Mas, quando morei no Japão, acabei por retomar a bicicleta como meio de transporte para ir ao trabalho e, como também morava à beira do litoral, aos poucos, voltei a fazer meus passeios.

Lembro que um dos passeios mais longos que eu fiz foi de 70km para visitar o museu de uma usina nuclear em Omaesaki. Infelizmente, naquel dia, chovia muito e acabei caindo num trecho de areia. Os últimos dois quilômetros, eu fiz a pé, Tive que empurrar bicicleta, porque meu cóccix já não aguentava mais a posição sentada no selim da bike. Depois dessa aventura, pensei comigo, que nunca mais pedalaria por tantos quilômetros de uma vez só. Mal sabia eu o que me esperava!

Como tudo começou em Portugal

Quando cheguei aqui em Portugal no final de janeiro, aceitei um emprego em Vila Nova de Gaia e então voltei a pedalar. Eram cinco quilómetros da estação de Valadares, subida na ida, e na volta sempre descida. Tudo muito desafiador no início, o corpo ainda tentando se acostumar com aquele novo desafio e, então, vieram as greves dos comboios. Foi o que bastou!

De acordo com o comunicado na app da CP (Comboios de Portugal), e dias de supressão total do transporte, acabaram por me fazerem pedalar por quase 42 km para voltar para casa. Eu não acreditava que havia conseguido pedalar tanto. Dessa forma, isso acabou por me servir como motivação para treinar cycling no ginásio e a tomar gosto por fazer subidas.

Depois: incentivo e novos desafios

Felizmente, recebi o incentivo de pessoas muito especiais, e então parti para comprar um tênis de encaixe para os pedais de uma BTT (mountain bike) e comecei a treinar com disciplina e regularidade. A partir daí, fui então buscar mais aventuras, superando desafios ao pedalar em Portugal!

Depois disso, comecei a ganhar “medalhas” nos joelhos – quedas, quedas e mais quedas. Então ele veio novamente me assombrar: o velho trauma, o auto sabotador que estava novamente ganhando espaço novamente na minha vida.

Foi então que marcamos a ida à Fátima! É isso mesmo: pegamos um dia de férias, que aliás parecia ser o dia mais quente desse ano e rumamos para nosso destino, pedalando em nossas bikes . Levamos quase doze horas para chegar lá, sendo que três foram usadas para os merecidos descansos. Lembro ainda a sensação de enorme satisfação que eu senti ao beber de uma só vez uma garrafa de 1,5 l de água!

Chegando a Fátima após doze horas. Imagem: Arquivo pessoal

Quando cheguei ao santuário, já após os últimos doze quilómetros cruciais de subida, toda a água que eu havia bebido se transformaram em lágrimas de alegria. Aos 57 anos eu tinha conseguido pedalar por 153 km, com mais de 1200 de acumulado. Traduzindo isso: acumulado* é o valor da altimetria do percurso, o valor de todas as subidas que fizemos! Um feito e tanto!

Em consequência dessa minha superação me tornei ainda mais motivada e, em seguida participei das provas de BTT na BioRia onde fiquei em 3o lugar do meu escalão. Além disso, neste último final de semana, fiquei em 2o lugar na mini maratona da Guarda. Após todas essas aventuras e desafios ao pedalar em Portugal, meus sentimentos são de realização e gratidão.

Pedalando rumo a novos destinos

Para mim, hoje, estar sobre uma bike é mais do que uma terapia, é um estilo de vida. Muitas vezes meus pedais são mais solitários, aproveitando os caminhos que meus amigos (que chamo os de tubarões) ciclistas fazem. Isso envolve geralmente percursos mais longos e com mais acumulado (*vide a explicação acima) . Porém são momentos mágicos – a paisagem das montanhas, de aldeias escondidas no meio delas, rios e pontes que nos conectam à natureza se tornam indescritíveis.

O último feito foi subir a Serra da Freita no dia primeiro de novembro. Aliás, seja de bicicleta ou mesmo de carro , vale a pena o passeio pois a Freita faz parte do circuito das Montanhas Mágicas de Portugal. Treinamos com disciplina e fizemos todo o planejadamento para chegar até lá. Claro que meu coração ficou cheio de gratidão por ter tido a companhia de dois ciclistas top – os tubarões, que me apoiaram e estiveram comigo nessa aventura.

Novas aventuras e desafios – topo da serra da Freita. Imagem: Arquivo Pessoal

Bike é sinônimo de liberdade

Se este post acendeu em você uma pontinha de vontade de pedalar, confira também o meu post sobre segunda chance – clique aqui – Quando a segunda chance faz toda a diferença ou mande um comentário aqui em baixo para trocarmos ideia sobre isso.

Pedalar, além de trazer benefícios cardiovasculares, traz bem estar mental e emocional. Para mim, pedalar é um tipo de meditação em movimento, é sinônimo de liberdade, é sentir o vento no rosto e chegar onde quer.

E ainda, para finalizar e incentivar vocês, pedalar em Portugal tem a vantagem da segurança, que infelizmente no Brasil não temos. Eu mesma já sofri uma queda e tive a ajuda de ciclistas desconhecidos que chegaram a me levar para casa. Sendo assim, volto a chamar à atenção daqueles que pretendem pedalar em Portugal e encarar muitas aventuras e superar desafios: a hora é essa!

Gostou deste artigo?

Compartilhe no Facebook
Compartilhe no Twitter
Compartilhe por E-mail
Compartilhe no Pinterest
Compartilhe no Linkedin
Picture of Noemi Shigetomi

Noemi Shigetomi

Artista plástica, escritora e instrutora de Yoga Tibetano. Morou por 12 anos no Japão trabalhando como tradutora-interprete e, após o tsunami de 2011, retornou ao Brasil. Em seguida, trabalhou como secretária-executiva da diretoria japonesa de uma grande multinacional do ramo de cervejas. Por isso, de cervejas, ela entende !!! Há 5 anos fez uma transição de carreira, deixando o mundo corporativo para trilhar o caminho das artes e do autoconhecimento, o que a levou a estar hoje em Portugal. Ela busca compartilhar suas experiências, mostrando com leveza que é possível encontrar o equilíbrio emocional através do desenho criativo e da pintura.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

dois + quinze =

LEIA TAMBÉM

plugins premium WordPress

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Clique aqui para saber mais.